

A importância do sanduíche Bauru para o município vem por meio da historia de seu criador, Casemiro Pinto Neto, nascido em Bauru (SP) em 5 de abril de 1914. Em 1931, ingressou na Faculdade de Direito da USP no Largo do São Francisco. Como ele e outros intelectuais da época freqüentavam o bar "Ponto Chic", no largo do Paissandu, Casemiro ("Bauru"), o apelido que carinhosamente ganhou de seus amigos, sugeriu um tipo de sanduíche, que imediatamente recebeu o nome de seu criador: Sanduíche Bauru.
A difusão do sanduíche Bauru não se restringiu somente ao bar onde fora criado e nem tampouco à cidade de origem de seu criador. Em todo Brasil e até mesmo em outros países, o sanduíche Bauru, tornou-se popularizado pela receita composta com os ingredientes (presunto, queijo e tomate), também recebe inúmeras variações considerando as influências regionais e adaptações, ora acrescentando ou retirando alguns ingredientes, porém não deixando de levar o nome da cidade de Bauru a todas as lanchonetes e bares onde é confeccionado.
A preservação e valorização deste simples sanduíche, como patrimônio imaterial da cidade, que é lembrada como a cidade do sanduíche, é motivo de orgulho e estima aos bauruenses. O Sanduíche tem em sua receita original o pão francês sem miolo, fatias de roastbeef, queijo derretido, rodelas de tomate, pepino em conserva, orégano e sal a gosto.
No ano de 1931, Casimiro Pinto Neto, ingressou na Faculdade de Direito da USP no Largo do São Francisco. Orgulhoso de sua cidade natal, sempre foi conhecido pelos colegas como "Bauru".
Juntamente com seus contemporâneos (estudantes, artistas e intelectuais), freqüentava o restaurante "Ponto Chic", no Largo do Paissandu. Muitas são as histórias relacionadas ao Ponto Chic, passando por Madame Fifi com suas francesas nos altos do mesmo prédio, assembléias de estudantes da Faculdade São Francisco, MMDC e a revolução de 32, a invenção do sanduíche mais famoso do Brasil - O BAURU, as discussões políticas, o futebol, a Gazeta Esportiva, o basquete, negociação de craques, chegando a idéias, textos e composições inspiradas pelo ambiente. Até os dias de hoje o Ponto Chic mantém sua tradição de oferecer aos clientes, em sua forma original, o sanduíche mais famoso do Brasil - O "BAURU" (PONTO CHIC, 2006).
Numa noite, em 1934, procurou apressadamente, o cozinheiro do restaurante (Sr. Carlos), e "ditou" a receita do sanduíche: pão francês sem miolo, uma porção de queijo derretido em banho-maria, fatias de roastbeef, rodelas de tomate e pepino em conserva (picles).
Segundo Casimiro, essa receita incluía os elementos básicos de um lanche equilibrado em albumina, proteína e vitamina, conforme havia lido em um livreto de alimentação para crianças, da Secretaria de Educação e Saúde, escrito pelo Ex-prefeito Wladimir de Toledo Pisa, também freqüentador do Ponto Chic.
Quando estava comendo o segundo sanduíche "Quico" (Antônio Boccini Jr.), um amigo que era muito guloso, pegou de sua mão um pedaço do sanduíche e gostou. Aí, pediu ao garçom, um descendente russo chamado Alex, - Me vê um desses do "Bauru" -. Na mesma noite, outros freqüentadores pediram o novo sanduíche, dizendo que queriam um "igual ao do Bauru". Nascia assim um dos mais famosos lanches do Brasil, hoje conhecido até em outros países.
Em Bauru o sanduíche foi divulgado por José Francisco Júnior (o Zé do Skinão) que conheceu Casimiro Pinto Neto em meados 1957. Transformou sua lanchonete (O Bar do Skinão) no principal ponto bauruense de divulgação do Sanduíche Bauru, o fazendo muitas vezes gratuitamente.
Atualmente o tradicional Sanduíche Bauru pode ser encontrado nos seguintes estabelecimentos: Skinão lanches (Rua Rio Branco esquina com Rua Júlio Maringoni); Bauru Chic (localizado próximo ao Bauru Shopping); Bar Aeroporto (no Aeroclub de Bauru); Buffet Mantovani (Av. Elias Miguel Maluf, 1-25), além do Bar e Restaurante Ponto Chic em São Paulo (Largo do Paissandu, 27).
A principal e mais conhecida adaptação do sanduíche é a receita de "Presunto, queijo e tomate em pão de forma ou francês tostado", talvez pela praticidade ou facilidade de encontrar os ingredientes. Verdadeiramente este foi o grande difusor do nome Sanduíche Bauru no Brasil e no mundo.
O Sanduíche Bauru é Uma ótima opção para o garde manger (cozinha fria) de bares, restaurantes, room service de hotéis e similares. Do ponto de vista turístico, não que o lanche por si só seja responsável pelo deslocamento voluntário de pessoas à cidade de Bauru, mas que costumeiramente possa ser oferecido aos visitantes e turistas, juntamente com o sanduíche, ser servido a sua história de origem, preservando este patrimônio memorial.
Cinco variações do saboroso sanduíche Bauru são conhecidos no meio gastronômico, a saber:
• Bauru francês - pão francês, roastbeef, queijo fundido (gruyere) e mostarda dijon.
• Bauru italiano - pão francês, roastbeef, queijo fundido (mussarela), presunto de Parma, tomate seco e uma pitada de orégano.
• Bauru americano - pão francês, roastbeef, queijo fundido (mussarela), alface americana, tomate e picles de pepino.
• Bauru português - sanduíche de fiambre, queijo e tomate.
• Bauru gaúcho - pão francês, roastbeef de picanha, queijo fundido (ementhal), almeirão e tomate.
A Receita
• Pão francês sem miolo
• Uma porção de queijo
• Fatias de roastbeef
• Rodelas de tomate
• Rodelas de pepino (picles)
• Sal e orégano a gosto
Divida o pão em duas partes e retire o miolo. Coloque o roastbeef frio (o roastbeef deve ser preparado com antecedência.) em uma das partes. Sobre o roastbeef, disponha rodelas de tomate e as de pepino. À parte, prepare o Banho-Maria, coloque um pouco de água numa assadeira para esquentar. Coloque o queijo que, ao derreter, deve ser retirado e disposta na outra fatia de pão. Una as duas fatias do pão. O calor do queijo aquecerá os demais ingredientes do sanduíche.
Roastbeef - Uma peça de lagarto de aproximadamente 2 quilos; Sal grosso; Aqueça bem o forno antes de colocar a carne para assar! (Se quiser fazer um pedaço maior ou menor de lagarto, calcule sempre 20 minutos de forno por quilo de carne). Modo de preparar: Limpe bem a peça de lagarto; Forre uma assadeira com papel de alumínio e espalhe uma camada de sal grosso; Coloque a carne e cubra-a com sal grosso; Asse em forno bem quente por quarenta minutos; Deixe esfriar e raspe todo o sal grosso com uma faca; Coloque no congelador por uma hora e corte em fatias finas. Esta é um de várias formas de se preparar o Roastbeef.
Após pesquisas realizadas, é possível afirmar que o pão francês existia na época da criação do Sanduíche Bauru. O que poderia destoar é a consistência devido a utilização de fermentos distintos e o tipo da farinha de trigo encontrada, o que tornava os pães da época mais "massudos" do que os de agora. Também salienta-se que o tamanho (peso) do pão da época não era regulamentado em nenhuma tabela específica. Concluí-se que o tamanho do pão francês poderia ser diferente do padrão atual, o que não descaracteriza o sanduíche hoje.
Após a analise de livros e relatos históricos de pessoas que vivenciaram o período de criação do Sanduíche Bauru, tem-se que o queijo utilizado provavelmente seria o queijo Mussarela. Isto se justifica por ser esse um queijo muito utilizado na época, de custo acessível aos estudantes e de fácil manipulação (no caso, derreter em banho-maria). O pepino em conserva utilizado hoje em dia foi incluído oficialmente no lanche na década de 50; pois, como Casimiro Pinto Neto tinha problemas de úlcera gástrica, era impedido de consumir certos alimentos, o que de vez em quando, e num botequim, na companhia de amigos, não faz mal nenhum abusar um pouco desta recomendação.
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